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História da Diocese

História da Diocese

Antecedentes históricos

O Concílio Vaticano II, forte sopro do Espírito Santo sobre a Igreja, convocado pelo Beato João XXIII em 1962 e concluído sob o Papa Paulo VI em 1965, inaugurou um tempo novo. Nessa mesma época, os bispos do Brasil já haviam iniciado a experiência do planejamento pastoral, o que facilitou a aplicação do Concílio em nossa realidade.

Foi nesse contexto que nasceu a Diocese de Umuarama, dedicada ao Divino Espírito Santo. Antes mesmo de sua criação oficial, no dia 20 de setembro de 1970, Dom Eliseu Simões Mendes, então bispo de Campo Mourão, celebrou missa no local destinado à futura catedral e onde já se construía a casa episcopal. Durante oito dias permaneceu na cidade, conscientizando o povo sobre a futura Diocese. A residência episcopal havia começado a ser erguida em 10 de setembro de 1970.

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Atendendo ao pedido de Dom Eliseu, e após o parecer favorável da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Sagrada Congregação para os Bispos e do Núncio Apostólico no Brasil, Cardeal Humberto Mozzoni, o Papa Paulo VI decretou a criação da nova Diocese, desmembrada da de Campo Mourão. Foram incorporados os territórios dos municípios de Altônia, Alto Piquiri, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Guaporema, Icaraíma, Indianópolis, Iporã, Japurá, Maria Helena, Nova Olímpia, Pérola, Rondon, São Tomé, Tapejara, Tapira, Tuneiras do Oeste, Umuarama e Xambrê.

No dia 20 de junho de 1973, Dom Eliseu retornou a Umuarama e, durante um almoço oferecido a autoridades e amigos, leu o telegrama da Nunciatura que anunciava oficialmente a criação da Diocese e nomeava como seu primeiro bispo o padre José Maria Maimone.

A nova Sé foi estabelecida na cidade de Umuarama, tendo como Catedral a Igreja dedicada ao Divino Espírito Santo. Sua instalação ocorreu em 16 de setembro de 1973, presidida por Dom Geraldo Fernandes, então arcebispo de Londrina e administrador apostólico do Norte do Paraná. Na mesma celebração, Dom José Maria Maimone tomou posse como primeiro bispo diocesano, em solenidade realizada na Igreja Matriz São Francisco de Assis, diante de quase todos os bispos do Paraná, inúmeros sacerdotes e uma multidão de mais de 20 mil fiéis.

Poucos dias depois, em 25 de setembro de 1973, Dom Maimone iniciou a organização da nova Diocese, nomeando como pró-vigário geral o Revmo. Frei Orlando Busato, OFMCap., com a missão de colaborar no governo diocesano.

Os primórdios

Nosso Bispo, Dom José Maria Maimone, SAC, que tomou posse no dia 16 de setembro de 1973, foi coordenando a caminhada da Diocese, que contou com 13 Planos Diocesanos de Pastoral, várias Cartas Pastorais, alguns Diretórios.

DOM JOAO

Dom Frei João Mamede Filho, OFMConv.

de 2010 aos dias atuais.

DOM VICENTE

Dom Vicente Costa

de 2002 até 2009

DOM JOSE

Dom José Maria Maimone, S.A.C

de 1973 até 2002

Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)

Desde o início, deu-se destaque as CEBs, estendendo para toda a diocese a experiência que já vinha se desenvolvendo em algumas paróquias do Regional Sul 2, no início da década de 70.
Em 1986, 12 anos após a implantação das Comunidades Eclesiais de Base em toda a Diocese, contávamos com 817 CEBs, que possuíam 5.339 Grupos de Reflexão. As CEBs são responsáveis pelo surgimento de milhares de Agentes de Pastoral. Em 1986, além dos coordenadores de CEBs e animadores de Grupo, a Diocese contava ainda com 3.702
catequistas e 703 MECEPs (Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística e da Palavra). São cerca de 18.000 mil agentes de pastoral, em nossas 39 Paróquias.
E foi vendo os frutos desta caminhada que a sétima Assembléia Diocesana, no final de 1987, decidiu apresentar as Comunidades Eclesiais de Base como Prioridade permanente da ação pastoral nesta diocese.

A Participação e Formação dos Leigos: A partir de 1976, constata-se grande preocupação com a formação dos leigos, ao mesmo tempo em que se procura desenvolver os assim chamados “organismos de comunhão e participação”: o Conselho Diocesano de Pastoral (CDP), a Assembléia Diocesana de Pastoral, o Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) e os Conselhos Comunitários de Pastoral (CCP). Era preciso mesmo investir na Pastoral de Conjunto, pois um dos grandes desafios, na época, era a unidade pastoral. Mas, este, não era o único desafio. Os católicos não praticantes era o outro grande desafio. Uma grande parte dos católicos só ia à igreja para receber algum sacramento, e uma boa parte continuava a praticar a religião de modo tradicional, sem aderirem às CEBs. Em 1976 foi inaugurado o Centro Diocesano de Formação e o Seminário Menor “Rainha dos Apóstolos”.

Era necessário despertar o espírito missionário nos leigos e no clero. Nesta época, ganhou impulso a Animação Missionária, e a Diocese abriu-se para o Projeto “Igrejas-Irmãs”. Estabelece-se, assim, o intercâmbio entre a Diocese de Umuarama e a Diocese de Penedo-AL.

Internamente, as pastorais em geral vão se organizando. No terceiro Plano Diocesano de Pastoral, de 1976, ganha destaque a Pastoral Familiar, que veio a ser Prioridade no sexto e décimo Planos de Pastoral.

A Catequese, destaque desde o princípio, em 1981 ganhou um “Diretório Catequético”. A partir do oitavo Plano, 1982, não se fala simplesmente em Catequese, mas em “Catequese Permanente”, procurando conscientizar o povo de que a Catequese deve acompanhar o cristão a vida inteira, passando também pelos grupos de adolescentes, de jovens e de adultos.

Os Grupos de Reflexão sempre contaram com subsídios para as suas reuniões. No princípio, eram cadernos mimeografados. Depois surgiu o Informativo Diocesano, também mimeografado. Em 1980, o Informativo Diocesano passou a ser impresso em Gráfica, com uma tiragem de 11 mil exemplares por mês. Hoje, contando com um novo visual, o Informativo Diocesano apresenta uma tiragem de 29.740 exemplares.

Digna de nota é a organização que houve em torno da Pastoral do Dízimo. Após dois anos de estudos, o Dízimo foi implantado oficialmente em 01 de janeiro de 1979. Os temas de reflexão sobre o Dízimo, juntamente com a Carta Pastoral de Dom José Maria Maimone sobre o Dízimo, foram reunidos e publicados pela “Paulus Editora”, em 1981, alcançando 20 edições, e servindo de base para a implantação do Dízimo em muitas dioceses do Brasil.

Apesar de ter aparecido como Prioridade somente no oitavo Plano (1982-84), podemos dizer que a Pastoral Vocacional sempre ocupou um lugar privilegiado em nossa Pastoral de Conjunto.
O nosso Seminário Menor começou a funcionar em 1976, numa ala do Centro Diocesano de Formação. Em 1987 abrimos o curso Propedêutico que no início foi freqüentado pelos seminaristas das quatro Dioceses da Província Eclesiástica (Maringá, Campo Mourão, Paranavaí e Umuarama), e iniciou-se então a construção do Seminário “Bom Pastor”. Em 1995, criou-se o IFRAU – Instituto Filosófico “Rainha dos Apóstolos”, que atendeu seminaristas das Dioceses de Umuarama, Paranavaí, Campo Mourão, Cornélio Procópio, como também seminaristas capuchinhos, além de algumas religiosas e leigos.

O resultado do investimento no campo das vocações diocesanas pode ser visto pelo número de sacerdotes ordenados por D. José Maria Maiomone. Já foram ordenados 52 padres. Nem todos estão na ativa, é verdade: houve 06 mortes, desistências, e algumas transferências para outras dioceses. Contudo, restam ainda 46 padres diocesanos que atuam dentro e fora da diocese, sendo que o atual Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa já ordenou 05 padres.

Convém lembrar que na instalação da Diocese ela não possuía nem um padre ou seminarista diocesano. No campo das vocações femininas, podemos destacar a criação da Pia União das Irmãs de Cristo Pastor, fundada por Dom José Maria Maimone, em 1980, com o objetivo de auxiliar na Pastoral, em pequenas comunidades. A Pia União conta, hoje, com 11 irmãs.

Não podemos esquecer, contudo, que a Diocese de Umuarama deve muito aos religiosos e religiosas, de diversas Congregações e Institutos Missionários. Eles colaboraram imensamente na implantação das Comunidades Eclesiais de Base e na organização de uma Pastoral de Conjunto.
No princípio, todos os Padres que atuavam na diocese eram de Congregação Religiosa ou Instituto Missionário: Padres de São Tiago, Capuchinhos, Palotinos, Carmelitas, Dehonianos, Jesuítas. Mais tarde vieram os Missionários da Boa Nova, das Missões Estrangeiras de Paris, de São João Batista, os Missionários de São José e os Betharramitas.
Quanto às religiosas, podemos afirmar que, desde o princípio, elas realizaram um grande trabalho na Diocese: Irmãs de São Carlos de Lion, da Divina Providência, do Imaculado Coração de Maria e Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo. Vieram depois as Irmãs de São José de Chambery, Carmelitas da Divina Província, Missionárias Carmelitas de Santa Terezinha do Menino Jesus, Franciscanas do Coração de Jesus, Filhas de Sant’Ana, Palotinas, Claretianas e da Caridade de Miyasaki.

A Diocese de Umuarama possui atualmente

51 Paróquias

65 padres diocesanos

15 padres religiosos

82 diáconos permanentes

4 diáconos transitórios

Segunda metade da década de 80 e início dos anos 90

Em 1985, elaborou-se o 9º Plano de Pastoral, que tinha por objetivo “Evangelizar num processo de conversão, participação e comunhão, visando à construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna”.

Como passar dos anos começam a ser destacadas duas novas Prioridades: A Presença da Igreja no Mundo do Trabalho e a Pastoral da Juventude. De fato, a dimensão social da fé começa a ganhar destaque em vários Planos de Pastoral. No décimo primeiro Plano, 1992, ela aparecerá não mais como “Presença da Igreja no Mundo do Trabalho”, mas como “Pastorais Sociais”, que é muito mais abrangente. “1985”; foi o Ano Internacional da Juventude. Por isso, o nono Plano de Pastoral destacou a Pastoral da Juventude, que continuou sendo Prioridade no décimo e décimo primeiro Planos de Pastoral.

Partindo da 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano em Puebla (1979), a 6ª Assembléia Diocesana propôs total incentivo à Pastoral da Juventude, a fim de que a mesma pudesse, em cada Paróquia, desenvolver-se como processo de educação na fé, capaz de levar à conversão e ao compromisso evangelizador.

Economicamente falando, o Brasil acabava de sair da assim chamada “década perdida”. É tempo de crise: inflação, recessão e desemprego. O neoliberalismo se fortalece mundialmente, e se percebe cada vez mais a exclusão social. Não há grandes perspectivas de mudança. A Igreja não fica alheia à realidade. Reunidos em Itaicí, em 1992, no 4º.
Encontro Nacional do Clero, os Presbíteros do Brasil deixam transparecer o seu desencanto em relação às mudanças ao afirmarem: “Uma sensação de impotência se apodera de nós quando observamos na sociedade as mil faces do processo de empobrecimento de nosso povo, fruto de um sistema perverso, sem rosto humano”.

Em termos eclesiais, percebem-se sinais de cansaço. Em nossas comunidades, já não se encontra o entusiasmo de outrora, e o desânimo bate à porta de muitos agentes de pastoral. Constatam-se ainda conflitos internos, como o das CEBs e Movimentos Eclesiais. A opinião de alguns em relação a certos Movimentos vindos de fora, pela dificuldade de se inculturarem, era a de que a presença destes Movimentos poderia comprometer seriamente a caminhada pastoral da Diocese.
Um outro agravante: o êxodo rural interminável, responsável pela emigração de grande parte dos nossos agentes de pastoral, com a conseqüente rotatividade dentro das coordenações e dos grupos, representou um grande obstáculo ao processo de formação permanente. Outra dificuldade: a separação entre Fé e Vida. As Pastorais Sociais havia
ficado muito no papel, apesar do “grito” presente já na 6ª. Assembléia Diocesana, de 1984, que chamava a atenção de todos para a realidade: “A sociedade concreta em que vivemos em nossa região, e em todo o País, está marcado pelas injustiças, egoísmo, desigualdades, opressões, corrupções… Não basta falar de Deus e de Jesus. É necessário testemunhá-los por uma vida de santidade encarnada em nossos dias…”.

Preocupada com a "revitalização" de nossas Paróquias e Comunidades, e querendo suscitar um novo ardor missionário, ao mesmo tempo em que se queria dar uma resposta ao apelo do Papa João Paulo II que convidava a Igreja a se preparar para o grande Jubileu do ano 2000, a 34ª. Assembléia da CNBB, reunida em Itaicí, aprovou o Projeto de Evangelização “Rumo ao Novo Milênio”.
O anseio por uma renovação de estruturas e práticas pastorais, em nosso País, era tão forte que o Projeto teve ampla acolhida por parte das Dioceses e Paróquias de todo o Brasil.

Por aqui não foi diferente: a Diocese, que já se preparava para elaborar o seu 12º Plano de Pastoral, acolheu prontamente o Projeto “Rumo ano Novo Milênio”, procurando adaptá-lo à sua realidade.
Assim, o nosso décimo segundo Plano de Pastoral, fruto de um planejamento participativo, recebeu o nome de Plano Diocesano de Evangelização.
As quatro grandes exigências da nova evangelização, apresentadas pelo Projeto “Rumo ano Novo Milênio”, o Testemunho de Comunhão Eclesial, o Serviço, o Diálogo e o Anúncio, tomaram-se as colunas mestras do 12º Plano Diocesano de Evangelização, que, em função dessas exigências, apresenta como destaque a Formação e a Espiritualidade dos Agentes de Pastoral.
Queremos ser uma Igreja evangelizada e evangelizadora. Com os braços abertos para a missão, aqui e além das fronteiras. Acolhemos, em espírito de unidade, as diferentes formas e expressões da fé que o Espírito Santo tem suscitado no seio de nossa Igreja, pois em nosso projeto de evangelização há espaço para todos. O diálogo e o respeito garantirão a unidade de todos em torno dos mesmos objetivos.
Almejamos uma evangelização inculturada, que parta da situação concreta em que vive o nosso povo, capaz de transmitir esperança para todos os homens e mulheres de nosso tempo.
Já podemos sentir os sinais do “novo” que o Espírito está suscitando na Igreja: celebrações mais animadas, comunidades mais acolhedoras, agentes mais dedicados e criativos, novos ministérios.
E é a Igreja toda que se desperta para uma nova aurora. O protagonismo é dos leigos. Aqui, são cerca de 18 mil agentes de pastoral que, unidos a todos os católicos participantes desta diocese, são chamados a integrarem o grande, “mutirão de evangelização”, rumo ao Novo Milênio.

No dia 13 de dezembro de 2002 toma posse como 2º Bispo da Diocese Divino Espírito Santo de Umuarama, Dom Vicente Costa, sendo transferido da Arquidiocese de Londrina onde era Bispo Auxiliar desde 1998.

Já na Assembléia Diocesana, celebrada nos dias 06 e 07 de março de 2004, após a realização de várias Assembléias em diversos níveis (Grupos de Reflexão, CEBs e Paróquias), foi aprovado o 14º Plano da Ação Evangelizadora da Diocese de Umuarama (2004-2007).
Em consonância com as últimas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e do Projeto Nacional de Evangelização: Queremos ver Jesus – Caminho, Verdade e Vida, o presente Plano Diocesano pretende EVANGELIZAR a Pessoa, a Comunidade e a Sociedade. Esses são os três eixos essenciais e fundamentais da verdadeira evangelização. E isto exige de todos nós, evangelizadores, que sejamos santos como pessoas, integrados na comunidade e empenhados pela construção de uma sociedade justa e solidária.
O novo Plano apresenta também três Projetos específicos, visando tornar a Igreja da Diocese de Umuarama uma Igreja mais missionária no que diz respeito à sua ministerialidade, ao exercício essencial da caridade e a sua abertura solidária para com outras Igrejas locais, por enquanto, da Amazônica brasileira.

 

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